
O deputado estadual Artur Cunha Lima criticou a decisão tomada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ao proibir a regulamentação da Vaquejada. O supremo decidiu por 6 votos a 5 pela não regulamentação da vaquejada como esporte sob a alegação de evitar maus-tratos aos animais. “A vaquejada tem realizado benfeitorias para o bem-estar animal. A vaquejada hoje tem mais de 50cm de areia na faixa onde é realizada a queda do boi, existe o protetor de cauda, as esporas que não podem mais, assim como as rédeas não podem mais ferir as narinas dos cavalos, foi abolida a chibata e tudo isso para o bem-estar do animal e para que se regulamente este esporte”, afirmou Artur.
Já o deputado João Gonçalves alegou que os ministros do STF desconhecem o esporte e tomaram uma decisão contrária à cultura nordestina. João disse que a vaquejada não visa causar dano algum ao animal e afirmou que a prática tem sido realizada por pessoas sérias do Agronegócio e apresentou requerimento para a instalação da Frente Parlamentar em Defesa da Vaquejada. “Vamos instalar a Frente e vamos permanentemente estar nos entendendo. Como pode o direito de costume de uma cultura ser retirado por um voto de minerva? Será que tudo que é do povo tem que ser proibido?”, questionou o parlamentar.
Branco Mendes afirmou ter participado de vaquejadas durante 20 anos e disse que jamais irá se posicionar contra o esporte. O parlamentar acredita que não se pode acabar com um esporte que gera emprego e renda. “Acho que as assembleias precisam fazer uma campanha nacional junto ao Congresso Nacional pela regulamentação do esporte”, sugeriu o deputado.
Antônio Mineral recordou que a Vaquejada é uma atividade que se aproxima de seu centenário e não pode ser proibida, pois se trata da cultura de uma região. O deputado pediu para que o Supremo volte atrás na decisão e convoque o Congresso para a regulamentação da vaquejada. “Vamos a Brasília! Nossos deputados e senadores têm que resolver essa questão. O grito do nordestino não pode acabar por aqui”, lamentou o parlamentar.

Bosco Carneiro destacou que a decisão do STF não interfere na prática deste esporte na Paraíba, já que a Constituição diz que ninguém é obrigado a fazer e deixar de fazer senão em virtude de lei e a proibição interferiria no princípio da legalidade e que essa decisão não se sobrepõe à lei federal (10.220) que regulamenta a vaquejada e a equipara aos rodeios.
A ex-vereadora Paula Frassinetti se posicionou contra a regulamentação da vaquejada e concordou com a decisão tomada pelo STF. De acordo com Paula Frassinetti, não há como negar os maus-tratos aos animais em uma vaquejada. Ela acredita que a prática age contra a legislação, que defende os animais. “Nós não somos contra as pessoas, nós somos a favor da vida e a vida precisa ser preservada em todas as suas nuances. Está em nossas mãos em fazer da natureza uma natureza equilibrada”, explicou.

O presidente da Associação de Vaqueiros Amadores da Paraíba, Walter Trigueiro Júnior, ressaltou que a população nordestina tem sofrido com os mais diversos tipos de discriminação e criticou a decisão do STF. “Onde ficará a vaquejada? Como se pode tolher o direito de um povo sem ao menos se ter a noção do significado da palavra ‘vaquejada’? É rasgar a nossa Constituição e fechar os olhos para o futuro de um povo que séculos vive no meio da adversidade, no meio da seca, no meio da fome e no meio do descaso das autoridades”, declarou Walter.
Também estiveram presente na audiência pública os deputados estaduais Hervázio Bezerra, Raoni Mendes, Renato Gadelha e Trócolli Júnior, e o deputado federal André Amaral, além de vaqueiros e representantes de organizações em defesa da vaquejada.
Fonte De Olho no Cariri
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