
O vazamento de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria preso, ontem, não passou de um balão de ensaio montado pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Com a intenção de vender a velha lorota de que o ex-presidente é vítima da elite branca, o PT calibra o discurso de resistência para empolgar a militância.
João Santana, marqueteiro do partido e idealizador de propagandas de desconstrução de adversários petistas, foi quem arquitetou o plano levado a cabo pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, fiel escudeiro de Lula. Santana, assim como o ex-presidente, é investigado pela Operação Lava Jato.
A força-tarefa da operação, coordenada pelo juiz federal Sérgio Moro, tem provas suficientes para prendê-lo. O Ministério Público cercou-se de depoimentos, delações e materiais robustos que complicam Lula, ex-ministros e a família dele. Mas a data da prisão, por determinação da coordenação da investigação, está mantida sob sete chaves.
A Polícia Federal, responsável pela execução das prisões, surpreendeu-se com a notícia. Não há a previsão de nova fase da Lava Jato nesta semana. Por enquanto, os procuradores estão debruçados na análise de documentos. Nem mesmo os agentes foram convocados para nova operação, o que acontece obrigatoriamente quando da ocasião de novos desdobramentos da investigação.
É consenso nos meios de investigação que a hora do ex-presidente chegará, mas, por enquanto, tudo não passou de teatro do PT. Uma peça que relata o drama do ex-metalúrgico que chegou ao poder e se corrompeu, em vez de ajudar o pobre.
Bom de bico - O segundo turno tende a consagrar o PSDB como o maior vencedor das eleições municipais nas capitais. Das oito disputas em que os tucanos estão envolvidos, eles despontam como favoritos em seis cidades: Belém, Belo Horizonte, Maceió, Manaus, Porto Alegre e Porto Velho. O PMDB, que concorre no segundo turno em seis capitais, está em vantagem em três: Cuiabá, Florianópolis e Goiânia. No primeiro turno, os tucanos já venceram em São Paulo e Teresina. Confirmado o resultado, pela primeira vez, desde 1988, um mesmo partido administraria esse número de cidades.
O candidato é o vice?
As últimas pesquisas acabaram o élan do candidato petista a prefeito do Recife, João Paulo. A maior parte das inserções para o rádio e a televisão estão sendo monopolizadas pelo candidato a vice, Sílvio Costa Filho, filho do deputado federal Silvio Costa (PTdoB), aquele que era da tropa de choque anti-impeachment e agora já faz acenos para o Planalto, tendo, inclusive, votado a favor da PEC 241. João Paulo foi substituído por Sílvio Costa Filho até numa caminhada no bairro de Brasília Teimosa, histórico reduto petista, no último domingo.

Bala de prata - Nas rodas de estrelados petistas, a avaliação é que o discurso de prisão do ex-presidente Lula é a “bala de prata” do partido para o segundo turno das eleições municipais. Nas capitais, o PT disputa apenas no Recife, com o ex-prefeito João Paulo. No entanto, só um grande deslize tirará a vitória do prefeito Geraldo Júlio (PSB), herdeiro político de Eduardo Campos que disputa a reeleição. Nas outras 15 cidades com mais de 200 mil eleitores onde ocorrem eleições, o PT não aparece com chance de vitória. Precisará apoiar candidatos de outros partidos de esquerda.
Temer, o legítimo - Caiu o discurso de governo ilegítimo, ventilado pelo PT sobre o presidente Michel Temer. Passados 15 dias da eleição municipal, que subtraiu 50 milhões de votos do PT, uma expressão foi banida da política: “governo golpista”. Cinco meses no Governo, Temer conviveu de maneira exitosa com elementos que constituem a vida democrática: eleições, medidas amargas, votações duras no Legislativo e reação – até aqui favorável – dos indicadores que pautam o humor da economia. Tudo sem abrir as portas do Diário Oficial da União (DOU), como fazia Dilma Rousseff. Temer ganhou legitimidade.
Menino levado -
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) articula a retomada do projeto que trata do abuso de autoridades. Relator da proposta, Jucá afirma que pretende colocá-la em votação após o segundo turno das eleições municipais. A proposta repercutiu negativamente no Congresso. Para a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), a lei precisa ser atualizada, mas com sugestão do Judiciário e do Ministério Público. “Com tramitação regimental normal, não em regime de urgência”, diz. Para o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), a proposta “não faz o menor sentido”. Jucá tenta apoio do PT, comportando como menino levado.

CURTAS
Confiança - O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) anda confiante com as articulações para presidente do Senado. Ele garante a aliados que Garibaldi Alves (PMDB-RN) o apoiará. Assim, o cearense tem apenas Romero Jucá (PMDB-RR) para bater, que, instigado por Renan Calheiros, promete concorrer ao cargo.
Uma proeza - No Rio de Janeiro, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) conseguiu uma proeza na disputa à Prefeitura. Sua rejeição supera à do desgastado senador Marcelo Crivella (PRB): 57% dos eleitores não votariam nele de jeito nenhum. É o desgaste da esquerda brasileira.
Perguntar não ofende – Quanto será a vantagem de Geraldo sobre João na pesquisa de hoje do Ibope?
Com Informações do Blog do Magno Martins.
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