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sexta-feira, 6 de abril de 2018

Relembre o Bate-Papo de Zé Elias no Direto ao Ponto


Matéria pública no dia 15 de junho de 2015 

Ele é natural da zona rural de Santa Cruz do Capibaribe, um dos nove filhos do casal José Elias Araújo e Helena Neres Araújo. Filho de comerciante histórico no ramo de cereais no município, vice prefeito por 3 vezes e de 3 prefeitos diferentes. Atualmente é um dos 17 representantes do povo na Casa José Vieira de Araújo. Seu nome é José Elias Filho, convidado da ultima quarta-feira (10), do Bate-Papo Direto ao Ponto, onde contou curiosidades de sua vida, até então desconhecidas do grande público.

Conheça um pouco mais dessa história. 

Infância

Nascido em 25 de julho de 1947, (67 anos), ele tem uma história fortemente ligada à zona rural do município. Até os 10 anos sua vida se restringia praticamente ao Sítio Poço da Lama e ao Distrito de Poço Fundo, onde, desde criança começou a ajudar o pai em feiras e na roça.

“Nasci mesmo no Sítio de poço da lama, meu pai me levava nos burros vendia farinha feijão, milho, nas vilas. Com cerca de 10 anos já ajudava ele. Ele gostava muito da roça. Tinha roçado no terreno de seu Nezinho Arruda, Zé Monteiro e eu também pegava na enxada com ele”, recorda. 

Menino tranquilo 

Conhecido como homem pacato, conta que manteve os modos de criança, onde não se metia em confusão, nem brigas no colégio. Passando por ensino particular, José Elias estudou no Grupo Eresto Moraes, que ficava localizado no atual bairro Malaquias e o ginasial no Padre José Aragão, conhecido colégio Cenecista. “Nunca fui de encrenca. Sempre resolvi minhas coisas com muita tranquilidade”, comenta.
Foi brincadeira, professora – A única vez que levou um ‘beliscão’ da professora, conta, foi por uma gracinha em evento da independência do Brasil. “Foi num 7 de setembro. Terminando o hino nacional em Brasil, eu seguia ‘Sil, Sil’. Ela não gostou nada da brincadeira e me deu um beliscão. Acho até que mereci”, conta.

O bola cheia...

Em Santa Cruz do Capibaribe, quando chegou ainda com 11 anos, morou na Rua Grande até os 24 anos, quando se casou.

Num período em que Santa Cruz se reduzia a 4 ou 5 ruas, a paz reinava e o futebol na areia do Rio Capibaribe era ato praticado fielmente todo fim de tarde.

“Tinha, além da Avenida Padre Zuzinha, só a Rua do Alto, Rua Nova e Rua Siqueira, praticamente. A areia do Rio parecia uma praia e jogava bola todo dia. Zé Minhoca é desse tempo bom”, fala.

O atual policial rodoviário aposentado e colega na Câmara de Vereadores, Zé Minhoca, também era bom de bola, segundo Zé Elias. Mas não jogava mais que ele, que era o dono da bola... “Se eu não jogasse, eu tomava a bola, que era minha”, diz Zé Elias aos risos. Alguns amigos da época dizem que o mesmo só jogava por essa razão, inclusive.

No futebol, além de ser o dono da bola, Zé Elias era um dos poucos que tinha equipamentos e uniformes para o esporte. “Era algo simples, mas era equipado. As camisas, chuteira, tornozeleira...”, relembra. 

Encanto do olhar

Durante a juventude, a vaidade imperava. Com olhos escuros sempre, e uma vitrola, tocando os sucessos do tempo, Zé Elias era o ‘boyzin’ do período. “Gostava muito desses óculos. Mas era de grau. E muito escuro não dava nem pra ver meus olhos”, diz.

A cor dos seus olhos – O objeto presente constantemente no rosto do jovem, por pouco não mudou para sempre sua história.  “Arranjei uma namorada em Poço Fundo e com 20 dias ela me mandou uma carta, informando que não me queria mais, por que não conseguia saber nem se eu tinha olhos”, diz.
O período foi complicado. Apaixonado e sem a namorada, passou alguns dias ‘roendo’ e bebendo. “Era uma ‘roedeira’ danada, mas depois ela voltou eu tirei o óculos e mostrei pra ela que tinha os olhos mesmo”, brinca.

O namoro deu tão certo, que atualmente é casado com ela. Com dona Nailde está junto há mais de 40 anos e tem 4 filhos. “Depois não perdi muito tempo, com seis meses depois já casamos”, conta. Isso foi em 12 de dezembro de 1971.

Perguntado sobre o segredo de tanto tempo casado, Zé Elias diz a fórmula: paciência. “Um tem que entender o outro. Às vezes o rapaz nem pisa na bola, mas ela acha que sim, então quando ela começava a falar eu já ia me deitar e dormir. E não brigava. Ela teve muita paciência comigo e eu com ela. Hoje em dia é difícil isso”, diz. 

Jogos de azar

Com gosto para o jogo de sinuca, durante o bate-papo Zé relembra bares que faziam sucesso à época por conta do jogo. Chegou até a comprar mesas e colocar um bar, mas se arrependeu logo.
“Tinha o bar de Joel Moraes na Rua Grande e também tinha o de Júlio Berenger, na Rua Nova. Até fui proprietário de um, comprei a sinuca a eles. Montamos  eu e Zé Chagas, mas vendi logo, não me agradei muito do bar”, conta.

Trabalho

Com responsabilidade desde criança, quando ajudava o pai, tentou a vida também em outros estados nordestinos, como Alagoas (na cidade de Arapiraca) e no interior do Maranhão (São Domingos). Ambos por pouco tempo e sem maiores sucessos nos negócios.

“Trabalhei em Arapiraca com folha de fumo e no Maranhão com sulanca em sociedade com Tau Chagas”.

Um acidente em Alagoas e a comida no estado maranhense contribuíram com o retorno à terrinha. “Em Arapiraca, saímos para beber e andando não percebi um cacimbão seco e cai dentro, me cortei todo. Me levaram para o hospital e depois disso vim embora”, diz.

Comendo mal – Já na cidade de São Domingos, no Maranhão, a culinária não lhe agradou. “Lá só tinha buxo de boi e eu não era bom de estomago, só comia bem uma vez por semana, quando íamos para outra cidade próximo, numa churrascaria”, conta. 

De volta pro meu aconchego... Negócio e contribuição social

Com o retorno à Santa Cruz do Capibaribe, abre seu próprio negócio na Rua do Pátio. Inicialmente uma bodega que logo tornou-se um Armazém.

“Viajei por nove anos, principalmente para Bahia. Comércio foi melhorando e tinha prometido que se conseguisse abrir um Armazém, iria ajudar o povo e isso eu fiz”, diz. “Por volta dos anos 80, todas as segundas-feiras separava 20 fardos de fubá e distribuía. Se fazia uma fila com cerca de 200 pessoas. Isso bem antes de pensar em política mesmo”, conta.

A atitude lhe rendeu o apelido de ‘Zé da Fuba’.

No período, ele acrescenta que a Prefeitura Municipal não tinha condições de dar nem se quer um caixão a alguma família necessitada, algo que começou a fazer. “Com o comercio melhorando tive condições de fazer isso. Os atos era por que gostava mesmo e podia ajudar, sem pedir nada em troca”.

Entrada na política

Com atitudes generosas e cada vez mais popular na cidade, não demorou para que seu nome ganhasse a simpatia das lideranças e do povo, para pleitear um cargo público e eletivo.

Curiosidade – O ingresso na política era algo que seu pai, José Elias, abominava. Até os dias atuais a famílias ainda não vê com bons olhos.

Na sua carreira política, contabiliza algo único no município, ser vice por três mandatos e com três gestores diferentes: Ernando Silvestre (1996), José Augusto Maia (2004) e Toinho do Pará (2008).

Antes da campanha de 1996, o seu nome já havia sido especulado no grupo boca-preta.

1992 – Os candidatos representando o grupo boca preta, nessa eleição municipal, foram Salete Jordão e Dr. Nanau. Mas poderia ter sido diferente... “Na campanha de Salete o pessoal já me chamava para reuniões. Surgiu meu nome, o de Zilda, Marcos Feitosa e da própria Salete. Houve uma reunião que Agostinho disse o candidato é Zé Elias e depois numa segunda reunião, na frente de todos, ele disse será Salete. Ele era o líder maior e ficou isso mesmo”, conta.

A dupla foi derrotada por Aragãzinho e José Augusto Maia.

1996 – Foi inevitável e o nome de Zé Elias esteve presente na chapa vitoriosa. Ao lado do prefeito Ernando Silvestre batem a chapa formada pelo Padre Biachi e Fernando Aragão.

2000 – A reeleição não veio e a dupla perdeu para José Augusto e Toinho do Pará. Com a derrota, veio o convite...
“Durante a festa da vitória, Zé Augusto passou em frente a minha casa, pediu para baixar o som e me dar uma salva de palmas, e já me chamou para ir para o seu lado”, relembra.

O fato do ‘pulo’ aconteceu apenas alguns anos depois, após desentendimentos com deputado Mendonça, então líder do grupo.

2004 – Já ao lado do prefeito José Augusto Maia, tornou-se novamente vice-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe. Na eleição teve como adversários Dr.Nanau e Dida de Nan.
2008 – Consegue o feito inédito. Terceira vez vice e com prefeitos distintos. Desta vez ao lado de Toinho do Pará, batem Edson Vieira e Dida de Nan.

Sem distinção - Para Zé Elias, não houve diferença na forma de trabalhar dos três prefeitos, nem o espaço dado na gestão. “Colocando todos , tiro por igual. Pra ser vice de três assim, o sujeito tem que saber que ele é vice e não o prefeito. Não dá para bater de frente. E saber que o vice não faz nada, só quando o prefeito deixa mesmo”, diz. 

2012 – Após tantos anos na política, tenta um novo cargo, desta vez para o legislativo. É eleito como um dos 17 representantes na Casa José Vieira de Araújo.

Jogo Rápido  

Augustinho – Grande político
Padre Zuzinha– Era tudo aqui em Santa Cruz do Capibaribe. Só não era santo, mas só faltou isso mesmo.  
Ernando Silvestre – Gente de primeira.
José Augusto – Trabalhou muito.
Toinho do Pará – Trabalhou também. Não fez mais porque não teve condição
Edson Vieira – Tem trabalhado
Diogo Moraes – Deputados dependem muito do governo, é difícil mas ele está trabalhando
Ernesto Maia – Bom vereador
Carlinhos da Cohab – Fiscaliza muito. Tá fazendo a parte dele
Dimas Dantas – Vice-prefeito
Distrito de Poço Fundo – Eu amo Poço Fundo e o povo de lá
Taboquinhas – Assim como os bocas-pretas, gosto de todos.
Santa Cruz do Capibaribe – Cidade da gente, do povão e acolhe todo mundo

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