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quarta-feira, 15 de junho de 2022

PF prende mais um suspeito na investigação sobre desaparecimento de Bruno e Dom

 Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como 'Dos Santos', é irmão de 'Pelado,

 o primeiro preso no caso

Rayssa Motta/São Paulo e Vinícius Valfré, enviado especial a Atalaia do Norte

PF prendeu segundo suspeito de envolvimento no desaparecimento de Bruno e Dom.
 Foto: Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) informou nesta terça-feira, 14, que prendeu mais um suspeito de participação no desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, na região do Vale do Javari, no Amazonas. Os investigadores tratam o caso como suposto homicídio.

O preso é o pescador Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, que vive perto do local onde a mochila do repórter foi encontrada. Ele será interrogado pelos policiais federais e depois vai passar por audiência de custódia na Vara Única de Atalaia.

O mandado de prisão temporária foi cumprido no início da noite na rua Quixito, dentro da cidade de Atalaia, onde o pescador também tem uma casa. Dos Santos não havia sido encontrado no local durante o dia.

Ele é irmão do também pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, o primeiro preso pela PF na investigação. Testemunhas relataram aos policiais federais que os dois saíram de barco em alta velocidade atrás de Bruno e Dom no dia do desaparecimento.

Durante as buscas nesta terça, na comunidade ribeirinha onde Dos Santos vive, a PF também apreendeu cartuchos de arma de fogo e um remo, que ainda serão analisados.

Investigação continua

Uma das principais pistas até o momento foram os vestígios de sangue encontrados no barco de Pelado. O material coletado foi enviado para perícia em Manaus, mas uma análise preliminar feita por técnicos do Instituto de Criminalística da Polícia Federal confirmou que o material é compatível com um estômago humano.

Os policiais também encontraram uma mochila e outros objetos pessoais que, segundo a PF, pertencem ao indigenista e ao jornalista. Os materiais foram localizados com a ajuda de mergulhadores do Corpo de Bombeiros em uma área alagada, de difícil acesso, no rio Itaquaí.

Depoimentos

A PF ouviu lideranças indígenas, moradores da região e a esposa de Dom. Após a prisão de Pelado, os policiais também interrogaram o pescador. Ele admitiu ter ter visto a embarcação em que o jornalista e o indigenista viajavam passando em frente à comunidade São Gabriel, onde mora, no dia no desaparecimento, mas negou ter saído de casa. Aos investigadores, o pescador afirmou que só saiu no dia seguinte para “caçar porcos”.

Pelado também disse que conhecia Bruno “apenas de vista” e que nunca conversou com ele. Em outro trecho do depoimento, negou ter arma de fogo, embora tenha sido preso em flagrante com munições de uso restrito.

Uma das testemunhas ouvidas pela PF, que teve a identidade preservada, disse que o indigenista vinha sofrendo ameaças de pessoas que “não aceitavam as atividades de combate às ilegalidades recorrentes contra indígenas da região”. A testemunha afirmou ter ouvido queixas do próprio Bruno.

“Entre as ameaças recebidas por Bruno, algumas delas foram proferidas por ‘Pelado’, indivíduo tempos atrás teria efetuado disparos de arma de fogo contra a base local da Funai e, recentemente, ameaçado os ‘vigilantes’ da região ostentando uma arma de fogo do tipo espingarda”, informou a Polícia Federal em relatório entregue ao STF para atualizar o andamento das buscas.

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